Seja um ser sustentável
Sustentabilidade e grandes cidades: É possível conciliar?
Nos grandes centros urbanos os desafios ambientais são cada vez maiores e mais complexos. É insustentável imaginar a logística para atender as demandas da concentração de pessoas.
A começar pelo espaço físico. Não há solo suficiente para gerar alimento, destinar resíduos, e abrigar pessoas em moradias próximas à infraestrutura básica. A saída é importar alimentos, exportar resíduos e criar bairros periféricos.
Claro que isso gera mobilidade , que gera: consumo de energia e emissões, poluição, estresse, trânsito, imobilidade...... e isso tudo se transforma em um círculo vicioso pró-insustentabilidade.
A mobilidade é um dos maiores problemas. A matriz energética utilizada é outro grande problema. Em sua maioria, os veículos utilizam combustível fóssil (petróleo e carvão), grande emissor de gases de efeito estufa causadores do aquecimento global e mudanças climáticas.
Tudo está interligado. A começar pela concentração de pessoas que foram motivadas a se concentrar em determinados locais em busca de oportunidade e sobrevivência.
Curioso também é identificar que a tal oportunidade e sobrevivência que empurrou as pessoas para os grandes centros urbanos foi alavancada pelo desenvolvimento industrial do ultimo século que adotou o modelo de produção e consumo em massa. Um modelo extrativista que promoveu o alto consumo dos recursos naturais e gerou grandes impactos ambientais pelas emissões de poluentes.
É insano imaginar que em alguns casos, a matéria-prima (insumo básico) de determinado produto (ou componente de) é extraída em um primeiro continente, transformada em um segundo continente, montada em um terceiro continente, e consumida em um quarto e/ou quinto continente.
O insumo básico dá uma volta ao mundo antes de chegar a prateleira e ser consumido. Resta saber, o tempo de uso desse produto e seu descarte final. Tanto esforço de produção, mobilidade e consumo, merece ao menos algum tempo de uso antes de se tornar obsoleto e descartado.
Por isso, os gestores ambientais se preocupam com a chamada logística reversa (a logística do resgate e destinação dessa matéria-prima após o descarte pelo consumidor). Caso esse produto contenha algum componente perigoso, não poderá ser descartado sem alguns cuidados. E mesmo que não tenha nenhum resíduo perigoso, os apelos do consumismo exacerbado, incentiva o descarte com rapidez, gerando resíduos e forçando novas extrações de matéria-prima, e muita mobilidade e emissão para que novos produtos cheguem até nós.
Hoje, muitos especialistas pesquisam a reinserção desses materiais novamente na cadeia produtiva, evitando novas extrações, diminuindo a mobilidade do transporte dos insumos, diminuindo o consumo de energia e a geração de resíduos.
Nessa simples reflexão sobre a mobilidade nas grandes cidades descobrimos as imensas interconexões que existem, e que vão muito além do trânsito.
As soluções dependem do diálogo e contribuição entre os diversos segmentos da sociedade. Pesquisadores científicos com suas descobertas importantes, o governo com políticas públicas e fiscalização, a indústria com novos designs produtivos e soluções mais limpas, e nós consumidores e cidadãos, mais bem informados e atentos, utilizando nosso poder de pressão na hora de apoiar projetos e pessoas e principalmente na hora de consumir produtos e serviços.
A sustentabilidade é feita de atitudes simples, mas com efeitos grandiosos. Tente mudar, e sentirá o benefício na pele, no ar, na vida.
isabela Mota.
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